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domingo, 7 de fevereiro de 2010
Especial: Chevrolet Agile, futuro e passado juntos
Quando o projeto Viva recebeu sinal verde da matriz da General Motors, o mundo “vivia” outra época. A própria montadora ainda figurava como o maior do mundo, embora a situação financeira já fosse complicada.
No Brasil, a ordem era economizar e por isso o desenvolvimento do Viva ficaria a cargo da própria filial. Sinal que teriam de tirar leite de pedra. Projetado pelo centro de design da GM no país, o Agile, hatchback oriundo do Viva, surgiu com uma meta clara: utilizar o máximo de componentes comuns a outros Chevrolet para poder oferecer muitos equipamentos, alguns inéditos no segmento.
Graças a isso, o modelo possui um custo-benefício invejável, mas carrega algumas características ultrapassadas de outros modelos mais antigos. Entre elas, claro, a posição do volante e dos pedais, deslocados para o centro do veículo, situação mais que conhecida dos donos do Celta, por exemplo.
A GM também usou diversos itens vistos em outros carros: botões de ajuste dos vidros elétricos e dos retrovisores são do Astra enquanto hastes dos limpadores, alavanca do freio de estacionamento e luzes de cortesia vieram do Corsa, por exemplo.
Ao mesmo tempo, a marca introduziu novas soluções como o prático console do ar-condicionado, os botões de acionamento dos faróis e as saídas de ar. Mas o melhor do Agile é mesmo o painel de instrumentos, de design criativo e com um computador de bordo completo. Há também um bem bolado piloto automático de funcionamento simples e intuitivo.
Cuidados e descuidos
Criticada por causa do acabamento simples do Celta, a GM buscou evitar os mesmos erros no Agile. Pena que nem tudo foi revisto – há rebarbas nos plásticos do painel e, realmente, o calor do escapamento acaba chegando ao piso do porta-malas, como foi ressaltado pelas revistas especializadas.
Por outro lado, quase ninguém reparou em alguns caprichos de acabamento do carro, como os protetores de borracha que evitam batidas secas dos bancos traseiros e da tampa do porta-malas. O Agile, como já virou padrão na indústria, traz muito plástico no seu interior sendo que algumas peças riscam com facilidade, porém, os botões do ar, por exemplo, exibem um aro cromado de boa qualidade.
Quase um utilitário
O aspecto mais comentado do modelo, no entanto, é o design. A GM não esconde que buscou inspiração no Fox, da Volkswagen, embora as proporções do Agile estejam mais próximas do Sandero, da Renault.
A frente do carro ficou extremamente alta, quase tanto quanto um EcoSport, e os elementos exagerados da grade e dos faróis acabam causando um certo ar de estranheza para quem olha o carro de perto. Outro ponto destoante é a coluna C que recebeu um acabamento laqueado na cor preta que dá continuidade à curva das portas.
Elogios ao desenho da porta dianteira, que faz um curva em direção aos retrovisores, e às belas e práticas maçaneta, mais comuns em carros de segmento superior.
O modelo avaliado pelo Fast Driver foi o Agile LTZ com kit de personalização Sport. A despeito do preço elevado, o pacote corrige uma distorção visual do hatch, as rodas aro 15 muito pequenas para sua caixa de rodas. O Sport traz um conjunto de 16 polegadas muito mais adequado – o spoiler e o aerofólio traseiro, além das saias laterais – também colaboram para melhorar o aspecto visual.
Uma curiosidade desse projeto de ângulos retos é que os vidros traseiros abrem na totalidade, coisa incomum na categoria. Mas o pára-brisas estreito e plano dificulta um pouco a visão frontal.
Bom desempenho e espaço interno
O motor 1.4 de 102 cv faz seu papel na cidade e roda em alto giro na estrada, culpa do escalonamento curto para beneficiar a condução urbana. O feeling é o mesmo de outros Chevrolet: direção um pouco pesada, câmbio longo, mas disposição entre a 2ª e a 3ª marchas.
O pára-brisa pouco inclinado faz com que o topo do painel seja estreito, característica de veículos mais antigos. O carro traz ajuste de altura do volante e do banco, mas este último é daquele tipo em que o motorista precisa jogar seu peso para abaixá-lo.
A alavanca do câmbio é alta e o botão de liberação da ré fica muito próximo da mão, ou seja, você sempre esbarra nele mesmo não querendo. Os acionadores dos vidros elétricos estão deslocados para trás e o rádio fica fora do campo visual. Em compensação, o ar-condicionado é de fácil operação.
Os ocupantes da frente viajam tranqüilos: os bancos são confortáveis e largos e o teto, bastante alto, mas a curva da carroceria rouba espaço de quem vai atrás. Curiosamente, o Agile tem dimensões internas semelhantes ao Fox mesmo sendo mais largo e com entreeixos superior, talvez reflexo do porta-malas maior – o Chevrolet leva 330 litros contra 260 do rival.
Custo-benefício ideal
É na ponta do lápis, no entanto, que o Agile se torna atraente. A versão LTZ custa R$ 40 020 e vem com diversos itens de série como ar-condicionado, keyless, trio elétrico, direção hidráulica, computador de bordo, piloto automático, rodas de liga leve e rádio com MP3, conexão para iPod e Bluetooth, entre outros detalhes. É bastante coisa para um compacto, apesar de o preço se aproximar do Astra.
A GM, no entanto, pode corrigir duas deficiências simples no carro: a primeira é oferecer algum meio de abertura do porta-malas, seja pelo keyless ou por um botão no painel. Do jeito que está, é preciso destravá-la com a chave e usá-la como maçaneta. A outra é manter iluminado o painel de instrumentos mesmo com os faróis desligados. Em dias escuros, por exemplo, fica difícil ler os mostradores sem ser compelido a ligar os faróis.
O Agile pode ser polêmico, mas é mais que uma mera cara nova. Ele também faz bem o papel de veículo racional, para quem quer gastar melhor o seu dinheiro.
Fonte: Fast Driver
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