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sábado, 12 de fevereiro de 2011

C3 Aircross faz EcoSport virar passado


Já dizia um amigo a respeito dos carros franceses: “são os melhores mundo, mas quando estão desligados”. Alguns modelos merecem até virarem esculturas, tão originais e ousados que são. Odorizadores, geladeiras, para-brisas panorâmicos, a lista de itens curiosos é imensa, o problema sempre foi na hora de fazer seu papel básico, o de levar seus ocupantes de um ponto ao outro.


Aí a realidade era outra: posição de dirigir cansativa, pouco espaço interno, câmbios de engate ruim, suspensão dura e barulhenta, acabamento rude e um preço de revenda de fazer chorar. Será que os engenheiros da Renault, Peugeot e Citroën não gostavam de dirigir?


Parece que esse tempo vai ficar no passado e um sinal disso chama-se C3 Aircross. O monovolume da Citroën foi lançado no Brasil no ano passado na versão “aventureira urbana”, inédita, e surpreendeu pelas boas soluções e por privilegiar aspectos mais funcionais.


Comparado ao Xsara Picasso, minivan média da marca, o C3 consegue ser mais alto e mais longo, um aspecto que reforça a sensação que o novo modelo é maior do que parece. O visual diferenciado agrada mesmo com o excesso de detalhes “off-road” dessa versão. Mas é dentro do C3 Picasso que estão guardadas as melhores surpresas.


É praxe não esperar interiores muito rebuscados em modelos compactos, mas o Citroën inverte essa lógica: os detalhes saltam aos olhos e nos fazem imaginar que o veículo tem porte médio. O volante, por exemplo, tem boa pegada e a base achatada, além de um acabamento parcial em alumínio. O console central traz um conjunto central com superfície laqueada que reúne o ar-condicionado digital e o rádio (na versão Exclusive). Há ainda o GPS embutido, mas sem articulação, que o deixa exposto no topo do console.


O painel de instrumentos tem um grafismo refinado e dispõe de três mostradores individuais: conta-giros, velocímetro e computador de bordo. Para completar, há superfícies emborrachadas, bancos e couro com tecidos de bom gosto e mais detalhes em alumínio. Em suma, algo que deixa o EcoSport, a referência do segmento, com cara de carro do século passado.


A posição de dirigir, embora elevada, é bastante confortável e natural – o carro conta ainda com volante com ajuste de profundidade e altura. Já a parte mecânica é conhecida: o motor 1.6 16V flex de 113 cv e o câmbio de cinco marchas manual (há previsão de uma transmissão automática ainda este ano). A suspensão segue a receita simples, reunindo a onipresente geometria McPherson na frente ao eixo de torção atrás. O ajuste é duro, mas sem ser muito desconfortável, uma característica dos carros da marca.


O C3 Aircross Exclusive tem preço sugerido de R$ 62.350, mas a versão GL, mais barata pode ser encontrada por R$ 53.900, mas grande parte dos itens que dão um diferencial ao carro fica de fora como freios com ABS, airbags duplos, faróis de neblina, piloto automático, ar-condicionado digital, rádio com comandos satélite, rodas de liga-leve, bancos de couro e até mesmo a bússola e o altímetro – o GPS é opcional até mesmo na versão top.


Em outras palavras, vale a pena pagar pela versão Exclusive – somados esses itens valem mais que os quase R$ 10 mil de diferença. Agora, se isso não lhe chama a atenção é melhor esperar mais alguns meses e descobrir quanto custará o C3 Picasso, uma versão civil do Aircross, que certamente custará menos que o “aventureiro” francês.

Fonte: IG Carros

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